O ácido úrico é uma substância produzida pelo corpo e presente em todos os seres humanos, em pessoas que possuem uma dieta equilibrada e estão saudáveis os níveis dessa substância são naturalmente mantidos, porém fatores como alimentação, herança genética e outras doenças ou interações medicamentosas podem causar uma elevação que pode desencadear uma série de fatores, vamos conhecer melhor cada um dos aspectos desse descontrole, que pode causar algumas doenças.
O que é o Acido Úrico?
O ácido úrico elevado, ou hiperuricemia, é o acumulo de urato de sódio em forma de cristais que se depositam especialmente nas articulações, essa substância é naturalmente produzida pelo corpo e surge depois que nosso organismo utiliza alguns tipos de proteínas. Normalmente a maior parte do ácido úrico é eliminado pelos rins, e uma pequena parte pode ir se acumulando no sangue.
Os níveis podem se elevar, por diversos motivos, como por exemplo a diminuição da eliminação deste ácido pela urina, ou pelo aumento da produção causado por um consumo desbalanceado de alguns tipos de proteínas ou mesmo devido a utilização de alguns medicamentos ou fatores genéticos. Quando ocorre essa elevação por qualquer um dos fatores, formam-se pequenos cristais de urato de sódio, que circulam pelo sangue e podem se depositar em diversas partes do corpo, como na pele, nos rins e podem causar alguns tipos de “pedra nos rins” ou podem se fixar especialmente nas articulações, local onde elas acabam por se fixarem com maior frequência causando uma doença conhecida como “GOTA”.
Um detalhe, é que nem todos os indivíduos que possuem níveis elevados de ácido úrico vão ter GOTA, pois esta é um tipo de artrite secundária geralmente causada por hereditariedade e que atinge mais os homens na fase adulta, sendo maiores os riscos quanto maior a idade. Estudos também mostram que esses níveis mais elevados, podem aumentar os riscos de acidentes cardiovasculares.
Sintomas do Ácido Úrico Elevado
O excesso de ácido úrico é caracterizado por inchaço, inflamação, dor e sensibilidade nas juntas. Pode afetar as articulações dos pés, base dos dedos, joelhos, tornozelos, pulsos e dedos das mãos. A confirmação porém só pode ser feita pela análise dos exames de sangue ou de urina onde os níveis exatos dessas substâncias são medidas.
Os principais sintomas de ácido úrico alto, que afeta principalmente os homens, são a dor e inchaço em uma articulação, especialmente no dedão do pé, tornozelo, joelho ou dedos, porém, podem afetar qualquer articulação do corpo. Dificuldade em movimentar a articulação afetada. Vermelhidão no local da articulação, que pode até ficar mais quente que o habitual. Deformação da articulação, devido ao acúmulo excessivo de cristais de urato de sódio. Cálculo Renal, popularmente conhecido como pedra renal, que pode causar fortes dores.
Na maioria dos casos, a hiperuricemia, não causa sintomas, sendo descoberto apenas durante exame de sangue, em que é verificada concentração de ácido úrico acima de 6,8 mg/dL, ou exame de urina, em que podem ser visualizados microscopicamente cristais de ácido úrico. Quando surgem sintomas, é indicativo de que houve o desenvolvimento de alguma doença devido ao acúmulo do ácido úrico que encontra-se em excesso no sangue como a gota, neste caso, a dor é mais comum no dedão do pé, mas também pode afetar outras articulações como tornozelos, joelhos, punhos e dedos das mãos, sendo que as pessoas mais afetadas costumam ser os homens, pessoas com história familiar de artrite e pessoas que consomem muito álcool.
Tratamentos Caseiros que Auxiliam a Redução dos Níveis de Ácido Úrico
O tratamento para ácido úrico alto, depende dos níveis e do estado geral clinico do paciente, e pode ser feito com algumas restrições na alimentação ou com remédios receitados pelo médico reumatologista. Os tratamentos podem incluir medicações para reduzir os níveis do urato de sódio no organismo, ou somente um tratamento sintomático das dores com analgésicos e anti-inflamatórios, cabendo exclusivamente ao médico a analise de diversos fatores que podem contribuir para uma ou para outra ação.
Entre os tratamentos caseiros, podemos destacar os seguintes, que fazem parte de uma boa dieta e de uma alimentação saudável e balanceada, e que podem ser seguidas por todos os tipos de individuos, inclusive os que não apresentam nenum tipo de alteração nos níveis de ácido úrico:
Consumir pelo menos 1,5 a 2 litros de água por dia, pois estimula o funcionamento dos rins. Aumentar o consumo de frutas e vegetais, pelo menos 5 vezes por dia é a recomendação ideal, porém, veja abaixo o que devemos evitar, pois podem elevar a produção dos cristais de urato de sódio. Moderar a ingestão de carnes em geral inclusive de peixe. Dar preferência para alimentos diuréticos como melancia, pepino, salsão ou alho. Evitar o consumo de alimentos ricos em purinas, como fígado, rins e moela, e embutidos em geral, pois a maioria dos embutidos é feita com partes menos nobres e ricas em purinas e gorduras que dificultam a eliminação e elevam os níveis do urato de sódio e de outros sais no organismo. Diminuir o consumo de produtos industrializados e com muito açúcar, como refrigerantes, bolachas ou comida preparada, evitar níveis elevados de sal que acabam fazendo com que o corpo retenha mais líquido e dificultando a eliminação dos sais minerais pela urina. Aumentar o consumo de alimentos com vitamina C como laranja, abacaxi e acerola.
Vegetais como brócolis, pepino, banana, cenoura, cereja, maçã, limão, chá verde, cebola crua além de água, sucos e diuréticos ajudam a aumentar a eliminação de sais minerais e estimulam os funcionamento dos rins, leite e derivados parecem melhorar a eliminação do ácido úrico.
A prática de atividades físicas com regularidade é muito indicada, principalmente em pacientes que estejam com níveis levemente elevados, ou com tendências de elevação, já que ajudam a diminuir o sedentarismo e estimulam o consumo de água e a hidratação do corpo.
O que evitar quando se tem níveis mais altos de ácido úrico?
Idealmente o melhor tipo de alimentação para pessoas com excesso de ácido úrico é aquela que inclui apenas o uso de alimentos orgânicos, contendo pouca quantidade de produtos industrializados, evitando aqueles que são mais ricos em purinas, como carne vermelha, marisco, mexilhão, cavala, sardinha, arenque e outros peixes, frutas muito maduras ou muito doce, como manga, figo, caqui ou abacaxi, aves e miúdos em geral.
Outros alimentos que devem ser evitados, por quem já tem níveis mais elevados são tomate, aspargos, cogumelos, ervilha e couve-flor. O consumo de álcool deve ser evitado, pois tente a dificultar a eliminação de água pelo organismo, ou, diminuir substancialmente a eliminação do urato de sódio.
Dietas rícas em proteínas podem ser perigosas justamente pela elevação das purinas, o que pode levar ao descontrole do ácido úrico causando efeitos colaterais indesejáveis, portanto, antes de iniciar qualquer tipo de mudança na sua alimentação, consultar um médico e um nutricionista deve ser a primeira ação, evitando prejuízos a saúde.
Por ser um distúrbio químico, a hiperuricemia não tem uma cura efetiva. É preciso um controle constante e a medição dos níveis através de exames de sangue e de urina.
