Quando optamos por uma vida saudável, demos preferência para alimentos não industrializados como frutas, legumes, verduras, grãos e opções naturais, também é cada dia maior o número de pessoas que opta pelo consumo de produtos orgânicos e produzidos de maneira mais natural sem agrotóxicos e aditivos químicos e muito já ouvi pessoas que querem mudar, mais acham o produto orgânico mais caro.
Geralmente ele é mais caro se comparado diretamente a um produto produzido em larga escala, devido ao tempo de produção, quantidade produzida por hectare, e mão de obra envolvida no processo. Porém, os benefícios para nossa saúde não tem preço, e um dos grandes diferenciais na economia doméstica é o desperdício, muitas vezes não paramos para observar, mais cerca de 30% dos alimentos não industrializados acabam sendo jogados fora simplesmente porque não utilizamos integralmente.
Quando vamos preparar uma receita, devemos observar todos os ingredientes que vamos utilizar, e as partes que vamos utilizar, e pensar em usar as partes que não são usadas naquele prato, em outro. Por exemplo, vamos preparar uma sobremesa que usa claras, podemos já nos programar para aproveitar as gemas em outro preparo para evitar o desperdício.
Quando falamos em aproveitamento total, falamos em utilizar por exemplos os talos de verduras, cascas de frutas e legumes, partes menos nobres de carnes para evitar o desperdício e também, suas vitaminas e minerais em sua totalidade. Muitos elementos e minerais de um produto estão presentes na casca, outros diferentes na polpa.
Mais de 60% do lixo produzido nas grandes cidades é orgânico e composto de restos de alimentos, o que demonstra o quanto perdemos, o consumo responsável é a capacidade de cada pessoa ou instituição escolher serviços e produtos que contribuam, de forma ética e de fato, para a melhoria de vida de cada um, da sociedade e do ambiente. Por exemplo, é ir ao supermercado e saber exatamente o que se está comprando, por que e para quê. Praticando o consumo desordenado dos alimentos, jogarmos fora por vencimento do prazo, baixa qualidade do produto ou por desconhecer a utilização de partes tradicionalmente descartadas preocupando-nos com o aumento de lixo que estamos gerando.
O que pode ser aproveitado?
Via de regra, a espécie humana pode se alimentar de praticamente qualquer coisa, seja vegetal (herbívoro) ou animal (carnívoro) pois nossa dieta é onívora. Claro que existem particularidades como alergias, problemas de saúde, e mesmo restrições religiosas ou étnicas que moldam as tendencias alimentares de cada indivíduo.
Podemos nos alimentar de praticamente qualquer parte de plantas seja seu talo, caule, folha, semente, raiz, tubérculo ou fruto. Algumas plantas possuem partes consumíveis e outras não, como é o caso da mandioca ou macaxeira onde a raiz é própria para o consumo, porém suas folhas e outras partes não devido a presença de Ácido Cianídrico que é letal aos seres humanos.
Quanto a animais, podemos nos alimentar também não só da carne como também do leite e de outros subprodutos como mel e ovos, porém, algumas partes como vísceras em geral são consideradas menos nobres, no Brasil até a pouco tempo era comum classificar carnes como carne de primeira, carne de segunda e miúdos; porém, essa classificação vem se perdendo e essas partes passam a ganhar espaço nos pratos em geral.
Reduzir o desperdício e melhorar a qualidade nutricional de uma preparação é o principal objetivo, já que para muitos alimentos o teor de nutrientes presentes em outras partes diferentes do convencional é muito maior. O principio do aproveitamento integral, é justamente utilizar essas partes gerando menor desperdício e menor custo na preparação, além de melhorar a diversidade e a qualidade nutricional das preparações.
Cada parte do alimento pode ter diferentes nutrientes como proteínas, lipídeos, carboidratos, fibras, vitaminas e minerais e este conjunto é responsável pela manutenção saudável da vida humana. Uma boa refeição deve conter todos esses elementos em quantidades satisfatórias para as necessidades de cada indivíduo, por este motivo, os seres humanos devem variar e complementar cada grupo alimentar afim de balancear sua dieta; essa é a função do nutricionista, avaliar as necessidades de cada individuo e planejar uma dieta com elementos e quantidades para suprir essas necessidades.
Atualmente, estudos apontam que somente 40% das frutas e hortaliças, muitas vezes se desperdiça a casca devido a presença de agrotóxicos, e neste ponto, os alimentos orgânicos são melhor aproveitados, ou seja, mesmo possuindo um preço cerca de 30% mais elevado, seu aproveitamento sendo integral gera uma economia em relação a utilização do produto proveniente da agricultura industrial; além claro, de possuir maior qualidade nutricional e ser muito mais saudável pois não possui resíduos químicos que se acumulam e podem serem causadores de diversos males.
Os principais alimentos ou produtos utilizados para complementar a dieta convencional são: pós (casca de ovo, semente de abóbora); farelos (trigo, arroz, milho); farinhas torradas, raízes e tubérculos.
Qualidade de Vida
Um estudo realizado no Equador (VEJA MAIS DETALHES NESTE LINK) mostra que agrotóxicos aumentam chances de depressão em adolescentes, estudos anteriores já haviam mostrado que pesticidas estão diretamente ligados a comportamentos de ansiedade e depressão em camundongos, e, embora pesquisas antigas já suspeitassem da ligação entre quadros da doença em humanos e à exposição a pesticidas, a avaliação nunca fora comprovada por meio de análises clínicas.
Já em 2011 o Globo Repórter produziu uma reportagem com estudos da ANVISA sobre os produtos campeões no uso de agrotóxicos e pesticidas (VEJA AQUI O LINK DA REPORTAGEM COMPLETA) que são justamente as frutas legumes e verduras, muitas vezes apresentando limites acima do permitido. Este estudo mostrou que doenças como infertilidade, câncer e problemas psicológicos estão diretamente ligados a estes agentes químicos.
A diversidade alimentar, ou seja, a ingestão de uma dieta com uma variedade grande de espécies é responsável pela melhora na qualidade de vida, e neste sentido o uso de Plantas Alimentícias Não Convencionais vem ganhando muito espaço, grande parte delas não é produzida em escala comercial seja devido a viabilidade econômica ou clima, porém vem sendo amplamente apresentadas em feiras orgânicas e por produtores menores.
Dentre os diferentes padrões de alimentação destacam-se as dietas não usuais, sendo as mais abordadas pela literatura: naturalista, vegetariana, macrobiótica e alimentação integral. Elas possuem características específicas
e produzem diferentes repercussões sobre o organismo humano. Estudos mostram que o homem necessita de uma alimentação sadia, rica em nutrientes, que pode ser alcançada com partes dos alimentos que normalmente são desprezadas.
Onde Encontrar Receitas e Opções?
Atualmente, existem diversos estudos e publicações em livros e revistas destinados a vegetarianos, pessoas com restrição alimentar, nutricionistas e médicos em geral. Também é grande o número de entidades e empresas que possuem publicações eletrônicas e impressas sobre o tema.
A maioria dos governos estaduais possui cartilhas com receitas de preparações e orientações, entidades como SESI, SESC, instituições de ensino, área médica e outros já possuem dezenas de opções de estudos que contém preparações (RECEITAS) de pratos com uso de partes não convencionais, e também opções de plantas e outros alimentos não tradicionais ou não culturais.
Na internet, basta fazer uma pesquisa por “REAPROVEITAMENTO INTEGRAL DOS ALIMENTOS” ou “PANCs Plantas Alimentícias Não Convencionais” que centenas de opções são apresentadas, e distribuídas de maneira gratuita.
O próprio site rotanatural.eco.br vem constantemente publicando artigos e opções de alimentação saudável e alternativa como uso de orgânicos, além de produzir e entregar na cidade de São Paulo, diversas opções de refeições orgânicas, saudáveis e próprias para o consumo de pessoas que necessitam de dietas especiais como vegetarianas, dietéticas, celíacas, e isentas de lactose, produzidas com alimentos naturais e em sua maioria orgânicos. Além de possuir para download alguns livros, apostilas e cartilhas sobre os temas distribuídos de maneira gratuita através do download (veja algumas opções aqui).