Você sabe o que é e como prevenir o Colesterol?

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O que é o Colesterol?

Colesterol e Saúde Vascular - INSTITUTO BARÃO VASCULARO colesterol é uma substância gordurosa existente no sangue, produzida pelo organismo, principalmente no fígado, e também pela ingestão de produtos de origem animal. Ele é também o principal componente da membrana celular e a base para a sintetização de muitas vitaminas e hormônios pelo nosso corpo. É um item fundamental para a existência da vida, como possui um aspecto gorduroso, similar a cera, não combina com água, portanto, não pode circular livremente no sangue, precisando se ligar a determinadas proteínas, chamadas lipoproteínas, que são divididas em 2 grupos que veremos mais adiante.

Na ilustração ao lado, as artérias obstruídas pelo acúmulo de colesterol, (a direita) dificultam a passagem do sangue, causando diversos problemas para a saúde das pessoas portadoras dessa condição. Uma artéria saudável, não possui este acúmulo de gordura e possibilita uma melhor circulação do sangue.

O que conhecemos como “COLESTEROL ALTO” é, na verdade, a soma de diferentes tipos de colesterol, porém somente alguns deles, quando estão em níveis mais altos, podem formar essa placa nas paredes das artérias, e quanto mais elevadas as taxas, maior é o risco de sofrer uma doença cardíaca.

Colesterol LDL (Low Density Lipoprotein – Lipoproteína de Baixa Densidade – Mau Colesterol)

O Colesterol LDL é uma lipoproteína vital, e responsável pelo transporte de gorduras pelo sangue, e necessária para que elas cheguem as células e cumpram suas funções. No entanto, algumas pessoas tem níveis de LDL muito elevados, causados por diversos fatores que veremos mais adiante, e nesses casos esse excesso se acumula dentro das paredes como mostrado na ilustração. A este acúmulo, se dá o nome de “placa aterosclerótica”, que podem crescer em qualquer parte do corpo, incluindo o coração, as pernas ou mesmo o cérebro.

Quanto mais colesterol estiver preso dentro da placa, mais esta cresce, e maior é a dificuldade de passagem do sangue por lá. Quando essa parede bloqueia parcialmente o fluxo sanguíneo proveniente do coração ou para o coração, podem ocorrer as “anginas” ou dores e desconfortos torácicos principalmente durante os exercícios. Já uma artéria totalmente bloqueada leva a um ataque cardíaco, que é também a primeira causa de morte no mundo ocidental. Causando somente no Brasil mais de 230.000 (duzentos e trinta mil) óbitos por ano. FONTE: Cardimetro – http://www.cardiometro.com.br/

Os níveis muito elevados de colesterol LDL, acima de 190 mg/dL (miligramas por decilitro) devem levar a um diagnóstico adicional,conhecido como hipercolesterolemia familiar. Os principais tratamentos para o colesterol são mudanças no estilo de vida e na alimentação, com redução de carnes vermelhas e alimentos de origem animal, e a inclusão de frutas, legumes e verduras, principalmente ricos em fibras.

Colesterol HDL (High Density Lipoprotein – Lipoproteína de Alta Densidade – Bom Colesterol)

Também conhecido como o “bom colesterol”, uma vez que altos níveis de HDL antes estavam associados a diminuição dos casos de doenças cardíacas e vasculares, no entanto, esta visão não é totalmente verdadeira e os números de níveis de HDL por si só não nos dizem nada sobre a qualidade de vida. Em estudos recém realizados, concluiu-se que com o uso de medicação para aumentou dos níveis de HDL não leva menos doenças cardíacas, nem a melhora dos níveis do LDL. Portanto, não devem ser utilizados para analisar o risco, nem as “razões” que níveis elevados de um, podem equilibrar ou alterar os níveis do outro.

O nível de HDL, não deve ser inferior a 40mg/dL, e não existe um consenso sobre os níveis máximos pois diversos grupos de estudos apresentam resultados diferentes. Para garantir os bons níveis de colesterol HDL, é importante aumentar o consumo de alimentos ricos em gorduras boas, como o abacate, as castanhas, amendoim e peixes gordos, como salmão e sardinha, além de praticar atividades físicas de forma regular. Estudos prévios indicam que o colesterol bom possui ação anticoagulante, anti-inflamatória e antioxidante quando está em quantidades ideais no sangue, e auxilia na produção de hormônios, bile e vitamina D, que são importantes para o bom funcionamento do corpo.

Lipoproteína(a) (Lp(a))

A Lp(a) é outra lipoproteína, que ainda não é amplamente conhecida nem medida, embora estudos a apontem como sendo um forte fator de risco para a doença cardíaca. Os níveis de Lp(a) é definido pelos genes e não mudam no decorrer da vida, por isso, é geralmente suficiente medi-lo apenas uma vez. Atualmente não existem terapias disponíveis para alterar os seus níveis, embora estudos incluem inibidores da PCSK-9, (anticorpos para diminuir o colesterol LDL) também reduzem os níveis de Lp(a) e aférese, uma forma de diálise que remove-a do corpo. As opções de tratamento devem ser avaliadas em clínicas especializadas em lipídios.

Triglicerídeos (triglicérides)

Os triglicerídeos são a forma mais comum de lipídios, e elevados níveis de triglicerídeos estão fortemente associados a doenças cardíacas. Seu aumento pode ser influenciado por fatores como estilo de vida sedentário, doenças existentes incluindo diabetes e quadros de hipertensão entre outras, excesso de peso e obesidade, além do consumo de álcool e outras substâncias e até mesmo medicamentos esteroides e diversos outros.

Seus níveis fornecem informações adicionais sobre o risco, e o controle e diminuição focam as terapias que envolvem mudanças no estilo de vida, controle do diabetes e outras doenças existentes, prática de esportes e atividades físicas regulares, redução da ingestão de álcool e substâncias químicas (drogas e medicamentos) e na ingestão de alimentos saudáveis, incluindo uma dieta rica em ácidos graxos como o Omega 3, Ômega 6 e Omega 9.

Lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL) é um tipo de colesterol que transporta mais triglicérides, e seus níveis mais altos podem causar acúmulo de gordura nas artérias, o que também aumenta os riscos de doenças cardíacas.

Hipercolesterolemia Familiar, O que é?

A hipercolesterolemia familiar é uma doenças genética caracterizada por níveis elevados de colesterol LDL, que leva a doenças cardíacas graves principalmente em jovens. É um defeito genético em uma das proteínas envolvidas na absorção de LDL para o fígado. Atualmente sabe-se que ela é mais comum, atingindo cerca de 2 a 3% da população. Conhecida como “doença autossômica dominante”, significa que a estará presente mesmo com apenas um gene afetado, ou seja, os filhos de um pai ou mãe afetada têm 50% de chances de herdar o gene e a doença.

Os indivíduos afetados têm níveis muito elevados de colesterol LDL, e geralmente sofrem de doenças cardíacas, podendo sofrer ataques cardíacos e AVC em idade ainda jovem e desenvolvem normalmente doenças cardíacas por volta dos 40 anos. Proveniente de causas genéticas, a FH ocorre em família, ocasionando doenças cardíacas precoces, além de poderem ser depósitos de colesterol amarelo visíveis em diferentes lugares, como à volta das pálpebras e/ou nos tendões das mãos e cotovelos.Apenas um teste genético pode comprovar a presença de FH, no entanto, o pré-diagnóstico pode ser feito mesmo sem testes genéticos.

Quem teve histórico familiar de um ou mais membros da família tendo sofrido um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, ou cirurgia de bypass ou colocação de stents coronários antes dos 55 anos de idade, deve consultar um especialista em cardiologia especializado no tratamento lipídico, um endocrinologista ou a unidade ambulatória especializada em lípidos no seu hospital para verificar regularmente seus níveis de colesterol e outros fatores que possam causar problemas relacionados a alterações cardíacas, pressão arterial ou problemas cardio vasculares.

Uma vez diagnosticada hipercolesterolemia familiar em um membro da família através de teste genético, todos os demais membros devem ser informados e submetidos a testes regulares. Herdar o gene FH significa que uma pessoa se encontra em alto risco de doenças cardíacas, pelo que uma mudança de estilo de vida e medicamentos hipolipemiantes devem ser iniciados precocemente! Quando encontrada e tratada dessa forma, a doença cardíaca pode ser retardada durante décadas.

As mudanças de estilo de vida incluem uma alimentação saudável, exercício físico regular e não fumar de nenhuma forma, devendo ser iniciado mesmo antes da fase adulta. Nunca é demais salientar que o diagnóstico precoce e o tratamento são fundamentais para evitar ataques cardíacos desnecessários e prematuros que afetam drasticamente a vida dos jovens.

Dicas de Alimentação Que Ajudam a Reduzir o Colesterol

Coma moderadamente carnes e derivados de leite integral e produtos de origem animal, prefira peixes e frango sem pele que têm menos gorduras.

Coma à vontade verduras, legumes e frutas frescas, leguminosas (feijão, ervilha, lentilha etc.) e prefira cereais integrais como arroz, aveia e trigo, e massas feitas com eles.

Cozinhe os alimentos com um mínimo de gordura, é possível preparar vários dos seus pratos sem uso de nenhum tipo de óleo e gordura, mesmo as de origem vegetal, prefira os alimentos cozidos, refogados, grelhados ou assados.

Evite o consumo de produtos industrializados, como temperos e caldos prontos, ao cozinhar proteínas animais como carnes, queijos e ovos, drene a gordura antes de acrescentar a outros alimentos ou servir. Modere, mesmo as gorduras vegetais como o chocolate e abacate podem trazer malefícios a quem tem uma hipercolesterolemia ou mesmo propensão a ela.

Se você tem diabetes, procure a orientação de um médico sobre as adaptações necessárias na alimentação para diminuir o colesterol, ele também é fator que dificulta ou impede a ação de medicamentos, a produção da insulina e absorção de medicamentos em geral.

Fatores de Risco – Sexo e Idade

Mulheres na menopausa têm mais chance de apresentarem colesterol alto, já que a partir dessa fase da vida elas tendem a ter níveis mais elevados de LDL do que os homens, aumentando as chances de doença coronária. O hormônio feminino enquanto produzido oferece um efeito protetor sobre o colesterol HDL. Por esta razão, desde a puberdade até a menopausa, as mulheres geralmente têm níveis mais elevados de colesterol HDL “bom” e níveis mais baixos de colesterol LDL “mau” do que os homens.

Ter histórico familiar de colesterol alto é também um fator de risco. Se o colesterol alto é devido aos genes herdados, uma pessoa pode nascer com níveis elevados de colesterol LDL devendo realizar acompanhamento médico desde a infância.

Obesidade é considerado um grande fator de risco, e um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou mais coloca uma pessoa em maior risco. Geralmente este risco é ainda mais acentuado se aliado ao sedentarismo que aumenta o risco de outras doenças associadas.

Fumar e o consumo de tabaco prejudicam as paredes arteriais tornando-as mais suscetíveis ao acúmulo de colesterol e aumentam o risco de ataques cardíacos, principalmente em pacientes mais jovens.

Assim como o tabagismo, o açúcar elevado no sangue e o diabetes pode danificar as paredes arteriais, uma dieta rica em gorduras insaturadas e pobres em gorduras saturadas está indicada para todas as pessoas, independente do valor do seu colesterol, porém, se você tem dislipidemia, seguir esta dieta é ainda mais importante. Reduzir o consumo de açúcares e sais também ajuda a prevenir doenças relacionadas ao sistema cardio-vascular. Porém, nem sempre a dieta sozinha resolve o problema do colesterol alto, isto porque o aumento do colesterol LDL está relacionado a fatores genéticos e alimentares. 70% do nosso colesterol é de origem endógena (produzido pelo fígado) e apenas 30% vem da alimentação.

O colesterol, não é algo que provoca sintomas no corpo, sendo considerado de auto risco, justamente pelo seu quadro silencioso, e a única maneira de saber a real situação dos níveis de colesterol, é através de exames laboratoriais. O paciente deve procurar ajuda médica quando quando existe história familiar de colesterol alto, quando tem excesso de peso ou doenças relacionadas ao excesso de peso.

Um médico ou especialista deve ser procurado com certa urgência se Você tem um histórico familiar de colesterol alto, pressão alta ou doença cardíaca ou derrames. Se não pratica dietas e exercício físico regularmente. Se você fuma, ou convive com fumantes. Se já fez exames anteriores para avaliação dos níveis de colesterol. Se é portador de comorbidades ou Diabetes do tipo 1 ou tipo 2, ou qualquer histórico de doença renal ou hepática.

Para a maioria das crianças, o Instituto Americano do Coração, Pulmão e Sangue recomenda um teste de triagem de colesterol entre as idades de 9 e 11 anos, e outro teste de triagem de colesterol entre as idades de 17 e 21 anos. Em casos de origem genética há controle com medicamentos, alimentação e atividade física. Em casos de erro alimentar, a reeducação alimentar e atividade física ajudará a controlar.

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